No estudo do texto se dá a relação autor-texto-leitor, para que se processe a comunicação. Portanto, na redação do texto científico procura-se uma linguagem perfeita, ou seja, que possa ser compreendida por todo aquele que faça ciência ou que tenha um nível educacional que possa compreendê-la. Assim sendo, a redação do conteúdo da pesquisa científica e demais trabalhos acadêmicos devem apresentar algumas normas especiais relativas à linguagem científica:
a) impessoalidade: a redação do texto científico deve estar na 3ª pessoa, evitando-se referências pessoais, como: “o meu trabalho”, “minha monografia”, ‘minha pesquisa” etc. Utiliza-se, preferencialmente, as formas: “o presente trabalho”, “a presente monografia”, “a presente pesquisa” etc. Também, verbos que tendem à impessoalidade, como: “o procedimento utilizado”, “tal informação foi verificada” etc.;
b) objetividade: deve-se expor as ideias relevantes, retirando do texto todas as informações consideradas supérfluas. Utiliza-se uma linguagem denotativa em que cada palavra deve apresentar seu significado próprio, não possibilitando dar margem a outras interpretações. Expressões como: “eu acho”, “eu penso” etc., não devem ser utilizadas, pois apresentam caráter de subjetividade. A linguagem objetiva deve buscar a precisão dos termos técnicos, isenta de informações de caráter de valor pessoal e ambigüidades;
c) clareza: deve-se evitar a construção de parágrafos longos, excesso de orações subordinadas e termos obscuros. Utiliza-se vocabulário simples e formal, com os termos técnicos precisos, bem definidos, adequados para cada situação que for necessário no texto, sem exagero de repetição. As frases devem ser inteligíveis, objetivas e com clareza de ideias;
d) concisão: deve-se evitar a repetição da mesma ideia em mais de um parágrafo e de detalhes não relevantes. Expressar o máximo de informações com o mínimo de palavras, informar o que se deseja sem os subterfúgios. Portanto, expressar o pensamento em poucas palavras, sem redundância de ideias, conter somente o essencial;
e) coerência: deve-se apresentar uma harmonia de sentido entre as palavras e as ideias dentro do texto científico. As ideias devem estar organizadas de forma seqüenciadas, tendo um início, um meio e um fim. Consiste no raciocínio lógico das ideias;
f) modéstia: deve-se evitar exageros de desculpas sobre trabalhos anteriormente elaborados com erros. O ser humano está vulnerável ao erro. É importante saber que a ciência é falível e não dogmática, vive em contínua renovação e transformação. Também, na redação de um texto científico deve-se apresentar humildade, já que os resultados de um estudo expõem-se por si mesmos e sendo avaliado pela comunidade científica. Assim sendo, não é preciso sobrecarregar a redação de termos técnicos para demonstrar capacidade intelectual ou autoridade em um determinado assunto;
g) cortesia: deve-se evitar colocar na redação da pesquisa/texto científico críticas inadequadas e ofensivas sobre outras publicações de outros autores, já que um trabalho pode estar vulnerável ao erro e, muitas vezes, essas críticas serem infundadas. É imprescindível a cortesia ao criticar outro trabalho. Também, é importante fazer os agradecimentos às pessoas que contribuíram na elaboração do trabalho.
Autoria do texto
Auro de Jesus Rodrigues
Comments