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Foto do escritorAuro de Jesus Rodrigues

População e amostra

Atualizado: 19 de abr.

População e amostra

Segundo Crespo (apud RODRIGUES, 2006, p. 167-169), o conjunto de entes, coisas, objetos portadores de, pelo menos uma característica comum, denomina-se população estatística ou universo estatístico. Por exemplo, os estudantes, constituem uma população, pois apresentam pelo menos uma característica comum: são os que estudam.


Como em qualquer estudo que seja utilizada a estatística, tem-se em mente pesquisar uma ou mais características dos elementos de alguma população, esta(s) característica(s) deve(m) estar perfeitamente definida(s). É necessário, portanto, existir um critério de constituição da população, válido para qualquer pessoa, no tempo e no espaço.


Na maioria das vezes, por impossibilidade ou inviabilidade econômica ou temporal, são limitadas as observações referentes a uma determinada pesquisa, a somente uma parte da população. A essa parte da população, em estudo, é denominada amostra. Uma amostra consiste em um subconjunto finito de uma população.


Assim, por exemplo, um estudo em Geografia que tenha por objetivo explicar a territorialização do Movimento dos Sem Terra (MST) no município de Olindina, junto a uma população que participa desse movimento: determina-se um certo número de indivíduos (amostra) que correspondam às características de todos os indivíduos dessa população.


Portanto, a amostra é uma parte do universo e deve possuir todas as características deste, isto é, a amostra deve ser representativa. É importante delimitar quantos sujeitos e as características que possuem, para justificar a sua opção por eles. A amostra, como o nome já indica, é a menor representação de um todo maior. Conclusões ou generalizações serão feitas a respeito do todo tomando estudos feitos sobre uma parcela representativa, ou seja, a amostra.


Antes de coletar os dados é importante especificar a área de execução da pesquisa, a população da pesquisa, o tipo de amostra e a determinação de seu tamanho e a forma de seleção dos sujeitos da pesquisa.


O tamanho da amostra depende da dimensão do universo e, das características do mesmo universo. Por exemplo, um universo com 300 indivíduos, uma amostra de 20% terá 60 indivíduos, o que provavelmente bastará para estudar as características desse universo. Mas, se o universo for constituído por 2 milhões de indivíduos, uma amostra de 20% terá 400.000 indivíduos. Com este número é muito elevado, se o universo não for muito diversificado e se houver algum conhecimento sobre seus elementos, pode reduzir-se o tamanho da amostra para, por exemplo, 1.000 indivíduos.


São várias as técnicas de amostragem que podem ser utilizadas na execução de uma pesquisa e que podem ser encontradas nos livros de metodologia da pesquisa e estatística.


Monografia

Algumas técnicas de amostragem que podem ser utilizadas são (apud RODRIGUES, 2006, p. 167-169):

 

“a) amostragem casual ou aleatória simples: é aquela, onde cada elemento tem a mesma possibilidade de ser escolhido. O processo de seleção da amostra pode ser realizado através da tabela de números randômicos ou através de tiras de papel. As tabelas de números randômicos encontram-se em apêndice da maioria dos livros de estatística. As tiras de papel são pedaços recortados, nos quais se encontra um número atribuído a cada elemento que compõe a população. Uma vez numerados os papeis, são colocados em um recipiente e, mediante um sorteio, escolhem-se os elementos que formaram a amostra e que serão pesquisados (GRESSLER, 1989, p. 69);

 

 b) amostragem sistemática: é utilizada para uma população de grandes dimensões, em que os elementos da população já se acham ordenados, como é o caso da lista telefônica de assinaturas de uma determinada região. Assim, para a seleção dos prováveis componentes da amostra, toma-se à lista telefônica como o universo desejado e, de cada 5, escolhe-se o último, ou, de cada 20, escolhe-se o último, dependendo do tamanho da amostra. Outro exemplo poderá ser feito a partir de uma relação de alunos matriculados em uma escola, organizados em ordem alfabética, e pretendendo o pesquisador utilizar uma amostra de dez 10% do universo basta tomar o último nome de cada dez alunos; é o suficiente (PARRA FILHO; SANTOS, 1998, p. 197);

 

c) amostragem proporcional estratificada: é aquela onde a população está dividida em estratos, e dos quais é retirado, através de um processo de seleção, podendo ser, por meio de amostragem casual ou sistemática, o número de elementos que deverão compor a amostra. É importante que a escolha final seja realizada de modo que cada subpopulação – extratos, tenha a possibilidade igual de ser selecionada. Por exemplo, Classes Sociais. Através do imposto de renda poderá ser dividida em 3 classes: inferior, média e superior. Supondo que se estivesse realizando uma investigação sobre aspirações educacionais segundo as classes sociais, a população deveria ser organizada por estratos e então selecionado o número proporcional a cada estrato (GRESSLER, 1989, p. 69);

 

d) amostragem de área: é indicada para se obter amostra representativa de áreas geográficas, podendo, também, ser aplicada em uma série de outras situações. Por exemplo, um levantamento entre professores do ensino médio de um determinado estado brasileiro. O ideal seria que fossem incluídos elementos dos municípios localizados ao Norte, Sul, Oeste, Leste e do Centro. Para que isso ocorra, deve ser estabelecido, em um mapa, quais os municípios localizados nos diferentes pontos do estado a fim de que todas as áreas possam ser representadas. Seleciona-se, por meio de uma amostragem aleatória, 5 municípios, um de cada região, sendo que de cada um poder-se selecionar 3 estabelecimentos de ensino médio (GRESSLER, 1989, p. 69).”

 

Na utilização das técnicas de amostragem, cada elemento da população deverá ter a mesma possibilidade de ser escolhido, o que deve garantir à amostra o caráter de representatividade, e tal caráter é muito importante, pois as conclusões relativas à população devem estar baseadas nos resultados obtidos nas amostras dessa população. Só assim será possível, após trabalhar essa parte, fazer inferência sobre os resultados obtidos e até generalizar para o todo.

 

Autoria do texto

 

Auro de Jesus Rodrigues

 

Referências utilizadas

 

GRESSLER, Lori Alice. Pesquisa educacional: importância, modelo, validade, variáveis, hipóteses, amostragem, instrumentos. 3. ed. São Paulo: Loyola, 1989.

 

PARRA FILHO, Domingos, SANTOS; João ALMEIDA. Metodologia Científica. 2. ed. São Paulo: Futura, 1998.

 

RODRIGUES, Auro de Jesus. Metodologia Científica. São Paulo: Avercamp, 2006.



 

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