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Foto do escritorAuro de Jesus Rodrigues

Qual a origem da Ciência?

Atualizado: 18 de abr.

Qual a  origem da Ciência?

Etimologicamente a palavra ciência vem do latim scientia que significa saber, conhecimento. Segundo Japiassú e Marcondes (1996, p. 43), a ciência é um tipo de saber constituído por um conjunto de aquisições intelectuais tendo por finalidade propor uma explicação racional e objetiva da realidade.

A origem da Ciência confunde-se com as origem da própria filosofia. No entanto, a ciência contemporânea mudou intensamente. A ciência fez uma ruptura com aspectos contemplativos da filosofia. A ciência contemporânea tem sido principalmente operativa, isto é, tem interesse no conhecimento da realidade para poder operar, intervir na natureza e dominá-la.


Como afirma Köche (1997, p. 29) o conhecimento científico surge da necessidade de o homem não assumir uma posição simplesmente passiva, de testemunha dos fenômenos, sem poder de ação ou controle dos mesmos. Cabe ao homem, otimizando o uso de sua racionalidade, propor uma forma sistemática, objetiva, metódica e crítica da sua função de desvelar os fenômenos, compreendê-los, explicá-los e dominá-los.


Segundo Cervo e Bervian (1996, p. 9) a ciência que se apresenta hoje é relativamente recente. Só na Idade Moderna da História adquiriu o caráter científico. Contudo, desde o início da humanidade já se encontravam os primeiros elementos rudimentares de conhecimentos e técnicas que constituiriam a futura ciência. A revolução científica registra-se nos séculos XVI e XVII, com Nicolau Copérnico (1473-1543), Francis Bacon (1561-1626), Galileu Galilei (1564-1642) e a utilização do método experimental. Não surgiu do acaso. As descobertas ocasionais e empíricas de técnicas e conhecimentos referentes ao universo, à natureza e ao homem, desde os antigos babilônios e egípcios, a contribuição do espírito criador grego sintetizado e ampliado por Aristóteles (384-322 a.C.) e as invenções feitas na época das conquistas prepararam o surgimento do método científico e o espírito de objetividade que caracterizou a ciência a partir do século XVI, ainda de forma vacilante todavia de modo rigoroso.


Ainda, segundo os autores, aos poucos o método experimental era aperfeiçoado e aplicado em novos setores. Desenvolveu-se o estudo da química, da biologia, surgiu um conhecimento mais objetivo e sistemático da estrutura e das funções dos organismos vivos, no século XVIII. Já no século seguinte, verificou-se uma modificação geral nas atividades científicas e industriais. Surgiram novos dados e explicações relativas à evolução, ao átomo, à luz, à eletricidade, ao magnetismo, à energia etc. Enfim, no século XX, a ciência com seus métodos objetivos exatos desenvolveu pesquisas em todas as frentes do mundo físico e humano, proporcionando um grau de precisão surpreendente, não só na área das navegações espaciais e de transplantes, como nos mais variados setores da realidade.


Assim sendo, a natureza da ciência contemporânea é buscar compreender e explicar o mundo de forma racional, sistemática, metódica e objetiva, intentando assim intervir sobre ele. O cientista levanta um problema, segue algumas hipóteses, observa fenômenos semelhantes, classifica-os segundo suas características comuns e procura verificar a ocorrência de regularidades entre eles. As regularidades, constatadas, são generalizadas e aplicadas a fenômenos semelhantes. As hipóteses confirmadas podem se transformar em leis que depois se tornam teorias científicas.


A ciência é uma forma de conhecimento que não somente pretende se apropriar da realidade para explicá-la de forma racional e objetiva, mas procura estabelecer entre os fenômenos observados, relações universais e necessárias, que possibilitem a previsão de resultados cujas causas podem ser descobertas, pois


Metodologia científica

O que distingue o conhecimento científico dos outros tipos de conhecimento, não é o assunto, o tema ou o problema. O que o distingue é a forma especial adotada para investigar os problemas, ou seja, não dogmatizar os resultados de pesquisas, possibilitar condições de experimentação de suas hipóteses de forma sistemática, controlada e objetiva e a exposição à crítica intersubjetiva, possibilitando oferecer maior segurança e confiabilidade nos resultados e maior consciência dos limites de validade de suas teorias (KÖCHE, 1997).

As ciências podem ser classificadas em:


a) ciências formais: são as que trabalham com elementos abstratos, que não existem na realidade, como exemplos: Lógica e a Matemática;


b) ciências factuais: são aquelas que trabalham com os fenômenos que existem na realidade, fenômenos da natureza e sociais, como exemplos: Biologia, Geografia, História, Sociologia, Direito, Química, Economia, Antropologia, Medicina.


Segundo Rodrigues (2009, p. 126-131) algumas das características gerais das ciências:


a) Objetiva


A ciência tenta afastar do seu domínio todo o elemento afetivo e subjetivo. Deseja ser independente dos gostos, caprichos e desejos pessoais do pesquisador.


O conhecimento científico é objetivo porque deve interpretar a realidade além das aparências, procura desvelar o objeto e compreendê-lo. O que se diz do objeto deve corresponder ao que de fato se passa no objeto.


Portanto, o conhecimento científico não deve estar fundamentado na subjetividade do cientista, mas, que no estudo do objeto, o pesquisador apresente conclusões em observações controladas, em verificações, medidas e experimentos, cuja validade seja garantida pela possibilidade de reproduzi-los e testá-los.


b) Metódica


A ciência procede à investigação do objeto de acordo com métodos, técnicas e regras que se revelaram eficazes no passado, mas que são aperfeiçoados constantemente. A investigação científica busca o rigor metodológico e controlado.


A investigação metódica possibilita segurança e é fator de economia na pesquisa científica. O método é um importante instrumento de trabalho do cientista e contribui para o avanço da ciência.


O método pode-se dizer, é um conjunto de procedimentos que o cientista se utiliza na busca do saber. É um instrumento de trabalho da pesquisa científica.

A investigação científica segue etapas, normas e técnicas, cuja aplicação obedece a um método preestabelecido. Essas normas e técnicas podem ser constantemente aperfeiçoadas. À medida que se dispõe de novos instrumentos de verificação, efetuam-se novas experiências (GALLIANO, 1979, p. 28).


c) Analítica


Quando estuda um fenômeno, a ciência trata de analisá-lo. A análise consiste na decomposição de um todo em suas partes, isto é, separar em partes, decompor, fragmentar um objeto em seus elementos constituintes. O objeto deve ser dividido em tantas partes quantas possíveis e quantas necessárias para poder compreendê-lo.


O objetivo da Ciência, através da análise do objeto, é chegar à síntese que consiste em recompor o objeto em seus elementos constituintes, a fim de compreendê-lo em sua totalidade, em seu conjunto. Portanto, é um procedimento que objetiva reunir ou combinar, em um todo, elementos dados separadamente.


d) Sistemática


A ciência não é um agregado de informações desconexas e dispersas, mas um sistema de idéias ligadas, logicamente entre si, formada por princípios, leis e teorias rigorosamente organizada formando um todo coerente e de acordo com procedimentos metodológicos.


Há a preocupação, dentro da ciência, em construir sistemas de idéias organizadas e articuladas racionalmente e incluir os conhecimentos parciais em totalidades, cada vez mais amplos, formando um todo coerente (com princípios, leis e teorias).


e) Geral


Na ciência, busca-se no real o que há de mais universal e válido para todos os casos de mesma espécie; insere os fatos singulares em regras gerais chamadas "leis naturais" ou "leis sociais" e as aplica.


O conhecimento científico é geral porque consiste no apresentar os fatos singulares em hipóteses gerais, os enunciados particulares em esquemas amplos. O procedimento consiste em estender a toda uma classe de objetos ou fatos, os elementos essenciais, gerais, universais, verificados num certo número de objetos ou fatos da mesma classe. Assim, é que se formam os conceitos. Quanto mais abstrato for um conceito, mais geral ele será.


A ciência, ao estudar os fatos, exprime suas conclusões em enunciados gerais que traduzem a relação constante dentro dos elementos. A ciência generaliza porque atinge a constituição íntima e a causa comum a todos os fenômenos da mesma espécie. A validade universal dos enunciados científicos proporciona à ciência a prerrogativa de fazer prognósticos seguros (RUIZ, 1996, p. 129).


f) Falível


O conhecimento científico é falível, uma vez que não é um conhecimento definitivo. Novas pesquisas e proposições podem rever a teoria existente.


A ciência é aberta e não reconhece barreiras que limitem o conhecimento. As noções, acerca do nosso meio natural ou social, não são finais, e elas estão todas em movimento. Sempre é possível o surgimento de novas situações, novas informações ou novos trabalhos teóricos, que possibilitem rever os conhecimentos considerados verdadeiros.


Assim sendo, o conhecimento científico é aquele que é produzido pela investigação científica, através de seus métodos e técnicas. Surge não apenas da necessidade de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida diária, mas do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas empíricas.


Exemplo:

Descobrir uma vacina que evite uma doença; descobrir como se dá a respiração dos batráquios.


Projeto de pesquisa

Autoria do texto


Auro de Jesus Rodrigues


Referências utilizadas


CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. São Paulo: MAKRON Booksd, 1996.


KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.


JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 3. ed. rev. e ampl. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 1996.


RODRIGUES, Auro de Jesus. Metodologia Científica. reimp. São Paulo: Avercamp, 2009.




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