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Foto do escritorAuro de Jesus Rodrigues

O que é conhecimento filosófico?

Atualizado: 18 de abr.

Conhecimento filosófico

Etimologicamente, a palavra filosofia é grega. É composta por duas outras palavras: philo (derivada de philia: amizade, amor fraterno e respeito entre os iguais) e de sophia (sabedoria, de onde vem à palavra sophos, sábio). Segundo Chauí (1995, p. 19), Filosofia significa amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber. Filosofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.


O conhecimento filosófico trabalha com idéias, relações conceptuais coerentes não redutíveis a realidades materiais. Procura compreender a realidade em seu contexto universal que possa ser percebida pelo homem. Propõe fornecer conteúdos reflexivos e lógicos de mudança e transformação da realidade. Indaga sobre o homem e as coisas da vida.


Segundo Cervo e Bervian (1996, p. 10), o filosofar é um interrogar, é um contínuo questionar a si e à realidade. A Filosofia não é algo acabado, é uma busca constante do sentido, de justificação, de possibilidades, de interpretação a respeito de tudo aquilo que envolve o homem e sobre o próprio homem em sua existência concreta.


Portanto, pode-se dizer que o conhecimento filosófico é um constante indagar, cujas respostas se tornam objeto de novas indagações. A Filosofia é uma busca contínua do sentido último das coisas. É uma postura de indagação e reflexão, para descobrir e compreender a natureza das coisas. Reflete sobre os dados concretos da realidade e desloca-se para a reflexão, possibilitando ao ser humano uma orientação para a sua prática.


O conhecimento filosófico difere-se das ciências, pois enquanto estas se preocupam em atingir os fatos concretos, explicá-lo através da experimentação, mediante instrumentos, técnicas e recursos de observação. O conhecimento filosófico trabalha com idéias, enunciados, conteúdos reflexivos, não postos a experimentação como ocorrem com as ciências. O método utilizado no conhecimento filosófico é o racional.


O conhecimento filosófico indaga sobre os conceitos que são postos pelas ciências e, também, as questões que não se situam no âmbito das ciências. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência.


O conhecimento científico delimita, fragmenta, analisa o objeto da pesquisa, enquanto a Filosofia está sempre em busca do mais geral, das leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões científicas. A ciência atinge segmentos da realidade, enquanto a Filosofia está preocupada pela formulação de uma concepção unificante do universo (RUIZ, 1996, p. 114).


Metodologia científica

É como coloca Cervo e Bervian (1996, p. 10), filosofar é interrogar principalmente sobre fatos e problemas que cercam o homem concreto, inserido no seu contexto histórico. Esse contexto muda através dos tempos, o que explica, também, o deslocamento de temas de reflexão filosófica. Alguns temas perpassam a história como o próprio homem: qual o sentido do homem e da vida? Existe ou não existe o absoluto? Há liberdade? Todavia, o campo de reflexão ampliou-se muito nos dias atuais. Hoje, os filósofos, além das interrogações tradicionais, formulam novas questões: o homem será dominado pela técnica? A máquina substituirá o homem? O homem será produzido em série, em tubos de ensaio? O progresso técnico é um benefício para a humanidade? Quando chegará a vez do combate contra a fome e a miséria? Portanto, a filosofia procura compreender a realidade em seu contexto mais universal.


A Filosofia vai além das possibilidades das ciências experimentais, e continua sempre a questionar o real, mesmo com todo o avanço das ciências. Compete à ciência, por exemplo, determinar as causas reais, concretas, observáveis do aparecimento do câncer em determinado indivíduo, mas fugiria à sua alçada pesquisar a razão última da dor, do sofrimento, da morte, bem como os motivos de tão desigual distribuição de males físicos entre os homens. Embora o objeto material das ciências e da Filosofia seja o mesmo, a Filosofia não se confunde com as ciências particulares porque, estas últimas, fiéis aos seus métodos, jamais poderão pronunciar-se sobre as causas mais remotas ou finalidades supremas; tal é o campo de interesse específico e a função própria da Filosofia (RUIZ, 1996, p. 112).


São características do conhecimento filosófico:


a) crítico: questiona e indaga sobre os conceitos que são postos pelas ciências e, também, as questões que não se situam no âmbito das ciências; busca-se uma crítica racional: o progresso técnico beneficia a humanidade? Qual o significado do valor no mundo atual?


b) valorativo: pois parte de hipóteses, enunciados, conteúdos reflexivos que não poderão ser submetidos à observação. As hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência e não na experimentação;


c) racional: porque consiste num conjunto de enunciados logicamente correlacionados; trabalha com idéias, enunciados, conteúdos reflexivos. Procura compreender a realidade em seu contexto universal;


d) sistemático: suas hipóteses e enunciados visam a uma representação coerente da realidade estudada; reflete sobre os dados concretos da realidade e desloca-se para a reflexão, trabalha com idéias, relações conceptuais coerentes não redutíveis a realidades materiais. O método utilizado no conhecimento filosófico é o racional, busca-se a sistematização das idéias;


e) não verificável: os enunciados das hipóteses filosóficas não podem ser confirmados nem refutados. É uma postura de indagação e reflexão, para descobrir e compreender a natureza das coisas. Não utiliza a experimentação;


f) geral: pois procura compreender a realidade no contexto mais universal e o sentido de tudo que envolve o homem. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. A Filosofia está sempre à procura do mais geral, das leis mais universais.


Projeto de pesquisa

Autoria do texto


Auro de Jesus Rodrigues


Referências utilizadas


CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: MAKRON Booksd, 1996.


CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 3. ed. São Paulo: Ática, 1995.


RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996.



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