A atitude do pesquisador, frente ao conhecimento científico, é de fundamental importância para o desenvolvimento das ciências. Deve possuir uma atitude necessária de aquisição e produção do conhecimento. Essa atitude não é inata, mas conquistada a partir de muitos esforços e exercícios.
A aquisição e produção do conhecimento científico exigem, do pesquisador, uma atitude de uma visão crítica que pode ser considerada como: indagar, analisar, interpretar, avaliar e julgar. Esses elementos devem contribuir para solucionar um problema de pesquisa.
A atitude científica deve conduzir o pesquisador, no desenvolvimento de sua pesquisa, romper com atitudes puramente subjetivas do conhecimento vulgar, implicando numa verdadeira busca do saber. Contudo, não está negando, aqui, a influência do conhecimento vulgar sobre o sujeito pesquisador, mas que o pesquisador tenha consciêcia da possibilidade dessa interferência.
Ter uma atitude científica é estar, sobretudo, na busca constante da verdade, da crítica evitando interesses pessoais, conclusões precipitadas e preconceitos. É ter a atitude amadurecida, que busca com seriedade a verdade.
Ter atitude científica é ter confiança na ciência, é ter certo entusiasmo pela ciência, é não ceder ao ceticismo suicida do espírito, nem a submissão passiva a dogmatismos (RUIZ, 1996, p. 133).
A atitude científica como atitude intelectual, deve possibilitar o gosto pela investigação, pelas idéias claras, pela necessidade da prova, pela criatividade e pela curiosidade do que ocorre ao seu redor, e em aprofundar o estudo sobre um fenômeno. Deve utilizar-se de métodos e técnicas na pesquisa.
A atitude científica requer atitude de humildade e de reconhecimento de suas limitações, da possibilidade de certos erros e enganos.
A atitude científica desconfia da veracidade das certezas, da adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade. Por isso, onde se vê coisas, fatos e acontecimentos, a atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas, e em certos casos, afastados. Embora não se possa alcançar todas as respostas, o esforço por conhecer e a busca da verdade continuam a ser as razões mais fortes da investigação científica (CHAUI, 1995, p. 249).
Diante do exposto, por exemplo, o universitário, consciente de sua função na Universidade, deve procurar aperfeiçoar-se nos métodos de investigação e aprimorar suas técnicas de trabalho. Os conhecimentos científicos que vai adquirir, os bons ou maus mestres que vai enfrentar não constituirão o essencial da vida universitária. O essencial é aprender como enfrentar e solucionar os problemas que se apresentam, não só na Universidade, mas principalmente, na vida profissional. E isso não é adquirir conhecimentos científicos feitos, fórmulas mágicas para todos os males, mas sim hábitos, consciência e espírito preparado no emprego dos instrumentos que levarão a soluções de problemas. Essas sempre se apresentarão na carreira profissional, de tal forma que as soluções feitas, porventura aprendidas na Universidade, serão inadequadas. Urge então apelar para o espírito de criatividade e de iniciativa que, aliadas ao espírito científico, adquirido ao longo dos estudos universitários, irão achar solução mais indicada que as circunstâncias exigirem (CERVO; BERVIAN, 1996, p. 18).
Autoria do texto
Auro de Jesus Rodrigues
Referências utilizadas
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: MAKRON Booksd, 1996.
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 3. ed. São Paulo: Ática, 1995.
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de filosofia. 3. ed. rev. e ampl. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 1996.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
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